Os 29% que se disseram a favor concordaram com a frase apresentada pela pesquisa: "O criacionismo deveria ser ensinado nas aulas de ciências com as teorias do Big Bang e da Evolução ." A maioria dos professores (73%), no entanto, respondeu que o tema poderia ser debatido em sala de aula ao se falar sobre evolução e Big Bang.
Alguns cientistas ingleses ficaram surpresos com o resultado da pesquisa porque consideraram alto demais o número de professores dispostos a incluir explicações religiosas no currículo. O mais conhecido biólogo evolucionista da Grã-Bretanha e um secularista de destaque, Richard Dawkins, classificou o resultado como uma "vergonha nacional".
Os professores que defendem o ensino do criacionismo também se posicionaram contra a orientação do governo quanto ao assunto, cujo texto diz que "o criacionismo e a criação inteligente não fazem parte do currículo dos programas nacionais para o ensino de ciências e não devem ser ensinados como forma de ciência."
A pesquisa também indica um forte apoio às opiniões do ex-diretor de educação da Royal Society, Michael Reiss. Ele renunciou ao cargo em setembro por causa da polêmica causada pelas suas opiniões a favor do criacionismo nas escolas.
Reiss comentou a pesquisa e disse que as aulas de ciências nas escolas oferecem "uma fantástica oportunidade" para que os estudantes de todas as idades sejam apresentados ao pensamento científico sobre as origens do universo e da evolução da vida. "Alguns estudantes apresentam crenças criacionistas. A tarefa daqueles que ensinam ciências é, portanto, ensinar a ciência garantindo que tais estudantes sejam tratados com respeito."
Reiss diz que o criacionismo não deveria ser tratado como equívoco, mas como visão de mundo. "O simples fato de uma determinada coisa não ter fundamento científico não me parece ser razão suficiente para justificar a exclusão do tema de uma aula de ciências."
No Brasil, recentemente, o Colégio Mackenzie e outros de religião batista causaram polêmica ao incluir o criacionismo em aulas do ensino fundamental. O Ministério da Educação (MEC) se posicionou contra a decisão.
Fonte: Estadão
Um comentário:
Interessante esta pesquisa. Mas o problema são os outros 70% extremamente céticos e neoateus.
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